2008-08-17

* O ATAQUE DO FURADENTES

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You-Tube
 
 
Aprenda a cuidar da Higiene Bucal
Script de teatro no final da página para aplicação em Sala de Aula






Welington Almeida Pinto

 


Furadentes, para quem não sabe, é o nome de uma bacteriazinha que ataca os dentes de crianças que vivem comendo doces, chupando balas, mascando chicletes, tomando refrigerantes e não cuidam bem da boca.

Por isso mesmo, há muito tempo um batalhão de Furadentes morava na boca do menino Caco, fazendo a maior destruição nos seus dentes: quase todos amarelos e apodrecidos de tanta cárie.

Certa noite, o pior aconteceu: uma terrível dor de dente pega Caco de surpresa. Doía tanto que ele foi chorar no colo da sua mãe.

- Ai... Ai... Dói muito, mamãe.

Dona Filhinha tenta acalmar o filho:

- Eu sei, meu amor. Eu sei. Procure dormir que amanhã, bem cedinho, iremos ao consultório do doutor Juca. Vou apanhar folhinhas de hortelã e fazer uma infusão. Aí, você bochecha bem quentinho que a dor melhora, viu?

Depois do cuidado e muito carinho de sua mãe, Caco adormeceu. Logo começa a sonhar que as bacteriazinhas da cárie faziam a maior farra na sua boca, pulando de dente em dente como palhaços no picadeiro de um circo. Cada uma com chifrinho na testa mais pontudo do que o outro só para cutucar os dentes cariados.

De repente, surge um pequeno guerreiro e começa a atacar as bactérias da cárie sem dó nem piedade dentro de sua boca. Alvoroço total! Sem saber o que fazer, elas pulavam de lado, de frente, para cima, para baixo, tentando escapar da fúria do destemido combatente. Não teve jeito, foram todas expulsas de seus dentes.

O guerreiro vitorioso, como num passe de mágica, toma a forma de gente grande e se apresenta:

- Olá Caco, eu sou Pastolim, amigo das crianças de boca limpa.

- Muito prazer.

- Háháhá!... Pelo que vi, tem comido bastante doce e não anda cuidando dos dentes.

Caco fica calado sem saber o que dizer. Pastolim continua:

- Não se assuste, só ataco os bichinhos da cárie.

O menino, mais aliviado:

- Uff! Ainda bem!

- Dor de dente é coisa seria. Mas, se quiser posso ajudar a se livrar, de uma vez por todas, desse povinho mal intencionado dentro da sua boca.

- Claro. Claro. Eu não aguento mais de tanta dor!

- Você tem que me prometer uma coisa.

Caco, mais do que depressa:

- O que você quiser.

- Usar fio dental e escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia com creme fluoretado.

- Legal. Quê mais?

- Escovar a língua também.

- A língua?!

- Sim, não sabia?

- Juro que não.

- Tem mais: não abusar de doces, balas, chocolates, chicletes, refrigerantes... Essas delícias que o bicho ruim da cárie também adora.

Caco, depois de pensar um pouquinho:

- Fechado. Quando comer doce ou chupar bala, devo usar fio dental e escovar os dentes, não é mesmo?

- Correto.

- Prometo fazer tudo direitinho.

- Muito bem. Fique com essa escova, o creme e o fio dental. São armas poderosas para combater os agentes causadores da cárie - garante Pastolim.

- Vou usar.

- Mas não abuse da quantidade e cuide para não engolir a pasta. Use só um pouquinho: assim..., assim..., uma bolotinha do tamanho de um grão de arroz.

- Só isso?

- Sim. Pasta contém flúor. Flúor é bom para os dentes, mas se ingerir poderá manchar para sempre seus colmilhos que ainda irão nascer.

- Colmilhos?

- Sim. Os dentes que ainda vão nascer.

- Ah, é?

- E não deixe de visitar um dentista no mínimo duas vezes ao ano, certo?

- Sim.

- Nosso trato está de pé?

- Lógico.

- Não vai esquecer de nada?

- De jeito nenhum.

Pastolim abre mais o sorriso:

- De hoje em diante, cuidará dos dentes antes do café da manhã e após as refeições. Antes de dormir, capriche mais ainda. A higiene bucal é importante para saúde dos dentes e das gengivas. Aliás, se tivesse escutado sua mãe?

- É.

- Tiau, Caco. Tenho quer ir.

Mal acaba de falar, Pastolim rodopia três vezes em torno de si mesmo e desaparece no ar. Caco desperta excitado, remexendo de um lado para o outro como se procurasse alguma coisa:

- Minha escova! Cadê minha escova, mãe?

Dona Filhinha, que dormia no quarto ao lado, também acorda com a inquietação do filho.

- Que foi, Caco?

- Minha escova! Cadê minha escova de dentes?

- Que escova? – pergunta a mãe, sem entender nada.

- A que o Pastolim me deu de presente, mãe!

Dona filhinha acha graça ao ver caco acordar deste jeito no meio da noite. Levanta-se, vai até sua cama e acaricia o rosto do filho, imaginando que ele tivesse tido um mau sonho.

- Cadê, mamãe, a escova? – insiste caco.

A mãe, que de boba não tinha nada, responde:

- Não se preocupe, enquanto você dormia, guardei sua escova no armário do banheiro.

- Ainda bem. Prometi a Pastolim que vou cuidar dos dentes todos os dias, sem falta.

- Maravilha. Agora, procure dormir de novo.

- A senhora fica comigo mais um pouquinho?

- Claro, meu amor, claro!

O dia amanheceu e dona Filhinha cuidou de levar o filho ao consultório do dentista para tratar dos dentes. Depois da consulta, o doutor Juca brinca:

- Menino que não cuida bem da boca, perde a guerra para o Furadentes. Fica feio, banguela e com um ‘bafo de onça’ que assusta até gambá. Sabia disso?

Em seguida, o dentista apanha um livro na estante e oferece a caco:

- É para você.

Surpreso, o menino pega o presente:

- Obá, um gibi!!!...

- Não é bem uma revistinha em quadrinhos, mas tem boas ilustrações. É um livro especial que fala sobre os cuidados que uma criança deve ter com a higiene bucal.

- Massa! Obrigado, doutor.

- De nada. Anote mais uma dica importante.

- O quê?

- Quando escovar os dentes, não deixe a torneira aberta jogando água fora como muita gente faz por aí. Não usa além da conta, viu?

- Não faço isso. Mamãe já me ensinou que desperdiçar os bens naturais não é legal.

- Não mesmo, porque são benefícios da natureza que devem ser preservados a qualquer custo para não serem extintos pelo mau uso. Garoto esperto, vá com Deus!

A partir desse dia, caco viu que cárie é mesmo uma doença danada, estraga os dentes e provoca muita dor. Por isso mesmo nunca mais deixou de cuidar dos dentes e visitar o consultório do doutor Juca.

E, assim, viveu feliz para sempre.
 
 

 





 

* FBN© 2008 * O ATAQUE DO FURADENTES/Categoria: Conto Infantil – Autor: Welington Almeida Pinto. Nova redação, de acordo com os atuais PCNs, recontextualizando o texto original do livro publicado com o nome “O Ataque do Furadentes”, em 1999 - Edições Brasileiras – Ilustr.: maisvocêsaúde https://www.youtube.com/watch?v=YOMaEHyiy_g

 

* Texto revisado pela ABO/MG - Associação Brasileira de Odontologia.

 

 

- ATIVIDADES –


 

 

Responda em folha anexa:

1) Quantos dentes temos?
2) A que horas devemos escovar os dentes?
3) Quais os cuidados que criança deve tomar para evitar cárie?
4) Quantas vezes devemos visitar o consultório de um Dentista ao ano?
5) Faça uma lista dos alimentos que você come na hora da merenda escolar e também na sua casa.
6) Desses alimentos, quais são os melhores para a saúde de seus dentes.
7) Reconte, com as suas palavras, o trecho em que as bactérias atacavam a boca de Caco.
8) Pegue uma folha de papel, lápis e desenhe o Pastolim atacando as bacteriazinhas da Cárie.
9) Crie um painel com várias gravuras, representando pessoas sofrendo com dor de dente.


Para pais e professores:
Para o Professor:


Motivação - Peça aos alunos para escrever uma sinopse da história ou reescrever o texto, inventando situações e personagens novos. Dessa forma, a criança trabalha a atenção, a memória e as palavras.
* Nas aulas sobre o sistema digestivo, fale sobre higiene bucal, explicando que a técnica de escovação dos dentes é tão importante como uso do fio dental que alcança espaços onde a escova não entra.

* Convide estudantes de uma Escola de Odontologia para uma entrevista com seus alunos, respondendo sobre a importância da Higiene Bucal.

* Não deixe de falar sobre a importância da visita periódica ao dentista, mostrando que ele também é um educador, um formador de opinião e um conselheiro que trabalha com o controle da saúde bucal.

* Ensine que, ao escovar os dentes, a criança não deve gastar água além da conta, feche a torneira enquanto escova para ajudar a preservar os bens naturais do planeta.


Para Saber Mais:

AS MELHORES ARMAS CONTRA A CÁRIE SÃO FLÚOR, HIGIENE BUCAL E BOA ALIMENTAÇÃO

 

* Além de atacar os agentes causadores de cárie, o flúor, aliado à saliva, ajuda a proteger os dentes. Também serve para remineralizar lesões cariosas. Mas, o excesso e a deglutição do creme dental podem manchar os dentes e provocar a Fluorose.

* Alimentos ricos em cálcio, como leite e derivados, e pobres em açúcar, como frutas, verduras frescas e cruas, ajudam a fortalecer a saúde bucal.

* A arcada dentária bem cuidada evita a formação das placas bacterianas que dão origem à cárie e doenças periodontais, como a gengivite; facilita a mastigação dos alimentos; favorece boa dicção e evita infecções que começam na boca e podem atingir outras áreas do organismo.

* Cárie é uma doença infecciosa e transmissível. Por isso, a saúde bucal da criança deve ter cuidados especiais. Os pais devem evitar comer no mesmo talher da criança, beijar sua boca ou soprar seus alimentos.

* Consulta ideal ao dentista é de três em três meses. Ou, no mínimo, duas vezes por ano.

* Fontes: Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais – ABO - Associação Brasileira de Odontologia.

 

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ATAQUE DO FURADENTES Infantil/paradidático
Welington Almeida Pinto 

SAÚDE BUCAL PARA CRIANÇAS – SCRIPT TEATRAL

O script do livro disponível on-line, sem custo autoral. Só imprimir, escolher o elenco entre seus alunos, ensaiar e levar o espetáculo para toda a escola.

Para copiar ou ler outros do autor, preparados para ser aplicado em sala de aula, basta entrar no site:


Texto:

Personagens: 6 ou mais - de acordo com a disponibilidade de alunos. 

Coreografia/Cenário: criados pela classe, procurando regionalizar o tema. 

Música: cantiga de roda e outras canções. 

Interação: o texto foi produzido para receber emendas. Isto é, aceitar novos diálogos, preferencialmente que refletem a linguagem oral da região. 

(Cortina abre com várias crianças chupando pirulitos, rindo e dançando, no palco. Canção alegre. Entra Caco com a mão no rosto, morrendo de dor) 

Caco – parem com essa bagunça. Estou quase morrendo de dor dente. 

Menino – Que nada, chupa um pirulito que passa. 

Caco – Dói muito. 

Menino II – Toma, esse é de tangerina. 

Caco (chorando) – Não, não quero. Quero minha mãe. 

................ acrescentar mais fala ao texto de acordo com a sala de aula 

(Caco sai chorando. Fechar a cortina e abrir novamente. No fundo, Caco 

em conversa com a mãe) 

Caco – Mãe, tá doendo. 

Mãe (preocupada) – Isso é cárie, meu filho. Bem feito!... Não gosta de escovar os dentes. 

Caco – Gosto sim. 

Mãe – Gosta nada. Finge que escova. Só quando estou perto. 

Caco – Ora, mãe. 

Mãe – Amanhã, vamos ao Dr. Juca. 

Caco – Mãe, como vou dormir com essa dor? 

Mãe – Toma esse copo de água com açúcar. Você fica calminho, engana a dor e dorme. 

Caco – Tá bom! 

.................... acrescentar mais fala ao texto, de acordo com a sala de aula ...... 

(Caco deita numa cama improvisada, já com um lenço amarrado no rosto. Logo começa a remexer, remexer, remexer. Nisso entra os Furadentes fazendo a maior farra, gritando e cantando, cutucando o menino com uma espada de madeira feita pelo alunos) 

Caco – Não, não. Saiam todos. 

Furadentes – Agora, carão, vamos morar na sua boca. 

Caco – Na minha boca? 

Furadentes I – Adoramos boca de criança que não escova dentes. 

Caco – Mãe!... Maêêê.... 

Furadentes – Não adianta gritar, viu? Estamos aqui para devorar o restinho de dentes que ainda existe na sua boca. 

Furadentes II– Ah!... Adoramos cárie. 

Furadentes III– Quanto maior, melhor! 

Furadentes XV – Vamos, gente. Vamos cutucar os dentes do Caco!.... Oba!

( A turma de Furadentes faz a maior farra em torno de Caco, que estava apavorado. Nisso entra Pastolim, todo de branco, bradando uma espada) 

Pastolim (nervoso) – Fora!... Fora!.... Cambada de vagabundos! 

Furadentes – Gente! Gente! Zebrou, nosso maior inimigo está atacando com força. 

Furadentes I – Vamos cair fora. 

............................................ acrescentar mais fala ao texto 

(Os Furadentes deixam o palco. Pastolim aproxima-se de Caco) 

Pastolim (sorridente) – Sou Pastolim, amigo das crianças de boca limpa. 

Caco – Muito prazer, Caco. 

Pastolim – Pelo que vi, tem comido bastante doce e não anda cuidando dos dentes. 

(Caco faz expressão de medo, assustado) 

Pastolim – Não se assuste, só ataco os bichinhos da cárie. 

Caco – Uff... Ainda bem! 

Pastolim – Se quiser, posso ajudar a se livrar de uma vez por todas desse povinho mal intencionado. 

Caco – Claro! Não aguento mais de tanta dor. 

Pastolim – Mas, você tem que me prometer uma coisa. 

Caco – O que quiser. 

Pastolim – Usar fio dental e escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia! 

Caco (abrindo um sorriso)– Legal. Que mais? 

Pastolim – Escovar a língua também. 

Caco – A língua?!.... 

Pastolim – Sim! A língua... não sabia? 

Caco – Juro que não. 

Pastolim – Tem mais: não abusar de balas, chocolates, chicletes, refrigerantes... Essas delícias que cárie também adora. 

Caco – Então, quando comer doces ou chupar balas devo usar fio dental e escovar os dentes, não é? 

Pastolim – Sim, claro. Pode até comer doces, mas tem que escovar os dentes depois. Combinado? 

Caco – Oba! Boa dica para saborear um bom brigadeiro! 

Pastolim – Muito bem. Fique com esta escova de dentes e este tubo de fio dental. São armas poderosas para combater os agentes causadores da cárie. 

Caco – Pasta de dente também. 

Pastolim – Sim, é importante. Mas não abuse da quantidade. Use o mínimo: assim... assim... um bolotinha do tamanho de uma ervilha. 

Caco – Só isso? 

Pastolim – Sim. Pasta contém flúor que é bom para a gengiva e os dentes. O excesso pode manchá-los. 

Caco – Ah, é? 

Pastolim – Com certeza. Quanto ao nosso trato... 

Caco – Não esquecerei. 

Pastolim – De hoje em diante, cuide dos dentes ao acordar e após as refeições. Antes de dormir, capriche mais ainda. A higiene bucal é importante para saúde dos dentes e das gengivas. Aliás, se tivesse escutado a mamãe!... 

Caco - Hummmmmmmm 

( Os dois se abraçam, alegres. Pastolim sai e caco volta a dormir. Logo acorda assustado – música suave) 

Caco – Minha escova!... Cadê minha escova de dentes? Cadê meu tubinho de fio dental? Cadê minha pasta de dentes? 

(A mãe entra correndo) 

Mãe – Que escova?... Que tubinho?... Que pasta? ... 

Caco – Que o Pastolim me deu de presente. 

Mãe – Presente!... Pastolim!... Que é que está falando, meu filho? 

Caco – A senhora não vai entender, mãe. Do Pastolim, o amigo das crianças de boca limpa. 

Mãe – Cadê esse tal de Pastolim? 

Caco – Se mandou, mãe. Espantou os Furadentes de minha boca e, depois de me ensinar a cuidar dos dentes, me deu de presente a escova, o fio dental e a pasta. 

(A mãe, com cara de quem entende tudo) 

Mãe – Ah, sim. Ô gente, me lembrei. Enquanto você dormia, guardei tudo no armário do banheiro. 

Caco – Que bom, mãe!... Vou cuidar dos meus dentes todos os dias. 

Mãe – Isso mesmo, meu filho. Levante que agorinha mesmo vamos ao dentista. Só o doutor Juca para dar jeito na sua dor, eliminando as cáries dos seus dentes. 

Caco – Tudo bem. Pastolim me disse que menino que não cuida bem dos dentes perde a guerra para os Furadentes. Fica feio, banguela e com bafo de onça. Não é verdade, mãe? 

Mãe (alegre) – Pura verdade!... Então vamos. 

(Caco e a mãe deixam o palco, abraçados e pulando em roda – a cortina é fechada ao som de uma música jovial). 

* Script para Teatro, adaptado do livro do mesmo nome pelo autor. Disponível na internet para todas as Escolas do Brasil e, do Mundo, em que falam português: www.teatronaescola.blogspot.com

* * Welington Almeida Pinto é escritor, autor de Santos-Dumont no Coração da Humanidade, A Saga do Pau-Brasil e O Ataque do Furadentes, entre outros livros. Mais peças infantis para aplicação em sala de aula nos sites.