2008-08-31

O MUNDO DA FANTASIA. VOAI!

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LER É MUITO LEGAL

O livro é um bom amigo que está sempre do nosso lado esclarecendo dúvidas, ajudando a construir o conhecimento que precisamos e mostrar a beleza da nossa língua.

Levar para as crianças livros que despertem
o interesse da turminha de estudantes é um desafio de todos os dias. Nós sabemos disso.
 
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                                          O mundo de fantasia e sonho, nos livros infantis,
                                                             está cada vez mais belo. Voai!

                                                                  Cecília Costa

Diante da realidade espantosamente brutal, violenta, diante da infância perdida entre a falta de ética e a dureza dos corações adultos — obrigados a usarem uma carapaça no peito para se protegerem dos tiros e dardos inimigos, reais ou metafóricos, mas sempre letais — onde se proteger? Nos livros. Nos livros.
Que janela de beleza abrir, onde ainda cantem rouxinóis, beija-flores, bem-te-vis? Onde estão os jardins secretos, nos quais dançam gnomos e fadas, e as borboletas colorem o azul com suas asas de nácar? Nos livros, sempre nos livros. Crianças, correi para os livros. Neles há prados e vales onde podeis brincar livremente, há unicórnios com estrelas na testa que os levam à lua, para visitar o homem da lua e comer doces de nuvens preparados por mulheres brancas como cristais de neve. Crianças, buscai os livros. Neles há páginas gordinhas como almofadas, e histórias de fazer sonhar, de fazer rir, ou de fazer chorar ternamente pelo próximo. Histórias de fazer meninos e meninas dormirem um sono tranquilo no meio das guerras vãs, dos loucos tiroteios, das tolas competições por poder e dinheiro.
Crianças, abri vossos livros. Lá estão o conhecimento e a beleza. Lá está a felicidade. Sim, a felicidade é aqui, nas páginas dos livros. Que podem ser descobertos na Bienal de São Paulo, ou em quaisquer bienais. Na livraria da esquina ou biblioteca municipal. Crianças, buscai vossa biblioteca municipal. E se vossa cidade não tiver uma, fazei passeata na porta da prefeitura. Já imaginastes encontrar lá dentro um “Patinho Feio” de Andersen, o maior contador de histórias da História Ocidental, o sapateiro que no ano que vem completaria 200 anos se estivesse vivo?
Ah, se estivesse vivo que nada. Andersen esta vivo. Seu “Patinho Feio” foi lido por milhares de crianças de todo o mundo e sempre será lido. Que feio não quer um dia se descobrir belíssimo? Um cisne elegante e branco?
             E sabeis, crianças, foi este o livro que inaugurou todos os livros infantis no Brasil, a cores. Quando em 1915 os irmãos Weiszflog, imigrantes hamburgueses — e futuros donos da Companhia Melhoramentos de São Paulo — começaram a publicar livros no Brasil, quem escolheram para editar? Andersen. E foi assim que o comovente “Patinho feio” abriu caminho para a produção de livros infantis no Brasil, antes composta apenas por importados. Em 2004, a Melhoramentos, comemorando seus 104 anos, resolveu reeditá-lo em seu formato original. Que delicadeza!. Pena que nem todos poderão ter acesso a este pequena joia literária. Livrarias parecem não gostar de vender “obsoletos” fac-símiles. Mas outros “Patinhos feios” estarão nas estantes, com a imaculada brancura dos cisnes. E também os novos “Soldadinho de Chumbo”, “O sapo”, “O criador de Porcos”...
E há muito mais felicidade a ser catada como pérola ou conchas do mar nas livrarias. Obras de mágicos escritores brasileiros e estrangeiros, que nos fazem voar na vassoura da imaginação. Olhai para os lados. E isso é só uma pequena mostra. Outras preciosidades estão para chegar. A Estação Liberdade, por exemplo, está preparando para vós, gurizada, um bálsamo para o olhar: Fábulas de La Fontaine ilustradas por Chagal.
Ah, que felicidade!!!

* Cecília Costa – editora do suplemento Prosa&Verso, O Globo, publicado em 17.04.2004






 


 

01/I - CLIN-CLIN, O BEIJA-FLOR MÁGICO

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Contos de Tinga Tinga             
 
 
Welington Almeida Pinto                                                    
 



  

CLIN-CLIN, O BEIJA-FLOR MÁGICO

 

             Welington Almeida Pinto                                                    

 

Era uma vez um beija-flor de cauda muito longa, azul como um pequenino Quetzal das terras dos antigos Astecas. De tão nobre e formoso foi batizado por uma fada madrinha pelo nome de Clin-Clin.

Além do porte real, o beija-flor tinha também poderes mágicos. Entre eles, o de curar uma flor de qualquer mal, tanto do corpo vegetal como da alma floral.

Certo dia, ao se aproximar de uma Margarida do Campo, foi grosseiramente rejeitado pela flor:

- Afaste-se, não gosto que bicho nenhum me beije.

Assustado o pássaro, imediatamente, recua-se.

- Assim que recebe um beija-flor, querida?

- Não estou nem aí! Detesto beija-flores – confessa a plantinha, aborrecida.

- Posso saber por quê?

A Margarida revira a haste, num gesto de pouco caso. Clin-Clin pergunta:

- Não sente amor pelos beija-flores?

- Não. Não sinto nada. Nadinha de nada.

- Brrr... Pois então não sabe o bem que podemos fazer ao coração das flores.

- Deixa de ser convencido. E me deixe em paz, seu abelhudo.

– Fala sério?

- Sim. Quer saber, odeio tudo nessa vida, principalmente os chatos – detona a flor, mais irritada ainda.

- Arre!

- Chega de baboseira. Vai logo dando o fora.

Era tudo o que Clin-Clin não queria ouvir. Um Lírio, ao lado, se intromete na conversa:

- Deixe de ser bobo, Clin-Clin, não perca tempo com essa desaforada. É uma tola, não vê?

- Ela está doente?

- Não sei. Mas vive assim de cara amarrada o tempo todo.

 - Verdade?

- Chiiiiiiiiiiiii!... Cansa minha beleza!

O beija-flor pensa um pouco e resolve voltar outro dia. No momento em que se preparava para o voo de partida, o Lírio sorridente pede:

- Antes de ir embora, quero outro beijo.

- Claro!

Clin-Clin beija o Lírio, a Macela e todas as flores ao redor. E, fazendo acrobacias no ar, sai da área a toda velocidade, mas com o pensamento embaralhado. A Margarida do Campo, ao ver a ave sumir no horizonte, suspira aliviada:

- Já vai tarde, seu enxerido!

Esperto até não poder mais, em vez de ir para casa, Clin-Clin voa para o castelo de Glinda, a mais encantadora das fadas daquela época, que recebe o passarinho com alegria:

- Bom dia, meu estimado beija-flor.

- Bom dia, minha bela madrinha.

- Que bons ventos trazem você ao meu reino?

- Um probleminha com uma Margarida do Campo.

- Ela anda aborrecendo você, não é?

- Muito.

- Eu posso imaginar.

- Nem dos raios de sol, nem dos passarinhos ela gosta mais.

Glinda, depois de pensar um pouco.

- Quer saber por quê?

- Sim.

- Ela se acha feia, jururu.

- Feia?

- Ao beijá-la pensa que você está zombando de sua triste figura.

O colibri, com cara de surpresa:

-  Puxa! Nunca pensei nisso.

- Pois é.

- O que posso fazer por ela?

- Ó, querido pássaro, quando essas ideias malucas perturbam o coração de uma flor só existe uma receita.

- Qual?

- Paciência, sabedoria e muito afeto.

- Ah, é?

- Isso mesmo.

- Obrigado pela dica. Então, devo ir.

- Assim tão rápido?

- Outras flores me esperam. Tiau. Tiau. Até outro dia, querida madrinha.

- Adeus, meu anjinho alado.

Satisfeito por descobrir o mal que perturbava a vida daquela flor, na manhã seguinte, Clin-Clin retorna ao campo florido e logo procura a Margarida do Campo. Ao se aproximar dela, novamente foi recebido com a mesma ousadia.

- Bicho xereta, suma da minha frente – diz logo a flor.

Clin-Clin espantou-se mais ainda, mas manteve a calma, dizendo:

- Gostaria de conversar com você, posso?

- Nem pense. Estou por aquiiiiiiiii com esses beijoqueiros.

- Imagino.

- Só me procuram para caçoar. Acha que sou tola?

- Ó, querida flor, você está muito enganada.

- Háháhá! Digo a verdade mais verdadeira do mundo.

- Nada disso.

- É isso mesmo. Nem flor eu sou.

- Não?

- Pareço, mas não sou. Veja como são mixurucas as pétalas que me vestem. Não passo de um raminho qualquer.

- Não é verdade. Cada planta, cada animal tem sua importância no universo da natureza, viu?

A Margarida do Campo, mais inquieta, retorquiu:

- Você deve ser mesmo um beija-flor doente dos olhos. Enxerga mal.

- Hein?

- Até entendo, prezado pássaro. Minhas pétalas, alvíssimas como são, ferem a vista de quem me olha.

- Nada disso.

- Pelo que eu vejo uma flor tem de ser bem colorida e pétalas bem perfiladas e vistosas.

- Nem sempre, querida. Você é perfeita e delicada como o Lótus trajado em sua beleza branca.

- Troçando de mim mais uma vez?

O beija-flor insiste:

- Suas pétalas brancas são tão puras que nenhuma outra flor possui igual, até parecem cobertas de prata. Na corola, possui o tom mais vivo que a cor amarela já produziu. Tudo como se fosse revestida de ouro.

A Margarida fica pensativa por alguns momentos, depois olha para o beija-flor e diz:

- Fala bonito assim só para me cativar, não é mesmo?

- Nada disso. Você é uma linda flor, charmosa como nenhuma outra por aqui.

- Jura?

- Juro.

- Então, me acha bonita de verdade?

- Sim.

A flor branca se emociona e começa a soluçar. Chora tanto que suas pétalas caem todas no chão. Despetalada e murcha de tristeza, ela entra em pânico.

- Santo Deus, que frio! Ai, como eu vou viver sem minhas pétalas? Desse jeito posso morrer congelada ou queimada pelos raios solares.

- Calma, calma...

Chocada e o coração aos pulos, ela pede a Clin-Clin:

- Quero minhas pétalas de volta.

- Fique calma que num minuto terá suas pétalas de volta – garante o beija-flor.

- Sério?

- Serio.

Clin-Clin tira a varinha de condão escondida na plumagem, bate com ela três vezes no caule da Margarida do Campo e, num instante, pétala por pétala retorna ao seu lugar.

Vestida novamente, a flor se emociona:

- Nossa, que chique!

- Viu como suas pétalas são importantes?

- Agora eu sei.

- Promete cuidar bem delas e tirar de sua cabecinha os pensamentos ruins?

- Sim, prometo.

E depois de refletir mais um pouquinho:

- Clin-Clin, esse gesto de bondade e tolerância jamais se apagará de minhas lembranças, viu?

- Assim é melhor, preciosa flor. Agora, vou beijá-la e partir.

A Margarida transbordando polens:

- Quantos beijos você queira, amado pássaro!

- Que romântico! - suspira uma Flor de Jade ao lado, fresca e risonha.

Nesse dia, uma alegria contagiante invadiu o íntimo de todas as flores da redondeza. A Margarida do Campo, toda branquinha e cheirosa, voltou a relampear ao sol, convencida de seus dotes.

E assim, ela viveu muitos e muitos anos de bem com a vida, irradiando amor por todas as pétalas.



FBN© 2008 * CLIN-CLIN, O BEIJA-FLOR MÁGICO/Categoria: Conto Infantil – Autor: Welington Almeida Pinto. Nova redação, de acordo com os atuais PCNs, recontextualizando o texto original do livro publicado com o nome “Clin-Clin, o Beija-flor Mágico”, em 1993 - Edições Brasileiras – Página na internet: http://outrashistoriasdebichos.blogspot.com.br/2008/08/tuffi-o-elefante-que-veio-do-circo_31.html
 
 
Folha anexa
 
CONQUISTANDO A LINGUAGEM
Compreensão do texto


Atividades/Responda em folha anexa:


1) Copie o trecho em que Clin-Clin pede ajuda à fada Glinda, acrescentando palavras novas.
2) Qual a verdadeira função de um beija-flor na Natureza? Pesquise e monte um painel com desenhos e gravuras.
3) Transcreva os trechos em que Clin-Clin foi amável com a margarida do campo.
5) Por que a flor chorou?
6) Invente uma história, tendo Clin-Clin como personagem principal.

Para a Professora:
Reflexão:
“Sentei-me sob uma macieira em flor. Aspergiu-me com seu perfume. Fez chover sobre mim suas flores. Entretanto, não me lembro de tê-la algum dia regado com uma gota de água sequer, nem lhe ter jamais trazido um punhado de adubo” - fragmento de um texto de Mikail Naaimé.
Motivação:
*Peça aos alunos para contar uma situação engraçada com relação a uma flor.
* Promova leitura dialogada. Escale crianças para representar a historinha em forma de jogral.
* Vocabulário: selecione os verbetes desconhecidos e oriente os alunos a consultar no Dicionário
* Educação Ambiental: Mostre aos alunos a luta da Natureza para perpetuar a vida. Converse sobre a importância em respeitar até um simples ramo de mato - cada animal, cada plantinha, cada poço de água que brota da terra tem um imenso significado no equilíbrio do mundo natural.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS/PCNs
 
História de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação, certificada pela Diretoria de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, conforme ofício nº 39/02, de 22 de janeiro de 2002.
GÊNERO: aventura.
TEMAS TRANSVERSAIS:
Ética: pássaros em comunidade. * Geografia e Ciências: espécies animais e vegetais do Brasil

02/II - TUFFI, O ELEFANTE QUE VEIO DO CIRCO.

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Disney

 

 

DUMBO – ELEFANTES COR DE ROSA

https://www.youtube.com/watch?v=Gd4WJeAs4wk



                                              

Welington Almeida Pinto

 

Numa linda manhã de verão, Tuffi tomava banho na Lagoa dos Bichos quando sentiu uma leve bicada numa das suas orelhas. Era Clin-Clin, o beija-flor, que acabava de chegar.

- Olá, Tuffi, tudo bem com você?

O elefante ergue a tromba, todo risonho:

- Olá! Tudo muito bem.

- Novidades?

- Tenho. Voltei a ensaiar um número que, antigamente, apresentava no circo.

- Qual?

- Das garrafas, conhece?

- Sim.

- Ainda consigo me equilibrar em cima delas, acredita?

- Hummmm!... Devem ser uns garrafões bem grandes para aguentar o seu peso, não é?

Nada disso, garrafinhas..., assim..., assim..., do tamanho das garrafas de refrigerantes. Só que de madeira.

- Nossa! Ainda assim suportam um animal tão pesado?

- Claro. Quer saber a manha?

- Ã-hã.

- O segredo está no entalhe da peça. Todo objeto cortado no sentido da fibra da madeira fica bem mais resistente.

- É mesmo? Não, não sabia.

- Pois fica.

- Hummmmm!... Mesmo desse jeito eu acho que é um show muito arriscado.

- Fique sossegado. Sempre fui craque nessas peripécias dos malabaristas de um circo. Está na alma dos elefantes.

O beija-flor balança o rabo, num gesto de desconfiança:

- Só vendo para acreditar.

- Cisma não, amigo.

Tuffi, mais uma vez, enche a tromba e esguicha o líquido no seu corpo, como se fosse um chuveirinho. O beija-flor, ainda pousado numa de suas orelhas, acha muita graça do jeito desengonçado do paquiderme tomar banho. Em seguida, com a tromba em pala, protegendo os olhos do sol, chama o passarinho para ir até ao pátio, onde treina o número circense.

Ao chegar lá, Clin-Clin adverte mais uma vez:

- Tuffi, ainda penso que um bicho do teu tamanho deve manter as patas sempre no chão. Mais seguro, não acha?

- Ah, é? Fala assim porque nunca me viu num picadeiro de circo. Fazia o maior sucesso.

- Nem consigo imaginar...

- Pois bem, Clin-Clin, quer ou não ver minha apresentação?

O beija-flor balança o rabo, num gesto de desconfiança.

- Bem... Vamos lá, quero sim.

- Garanto que vai gostar.

Na floresta não faltava espectadores para ver o elefante artista. Bastava ele chegar ao local onde treinava que logo apareciam os bichinhos da redondeza: alados e da terra..., até mesmo aqueles curiosos que passavam no momento.

Os empolgados admiradores do elefante, cada qual na disputa pelo melhor ponto para assistir a apresentação, acocoravam-se nos barrancos, em pontas de pedras ou se acomodavam na farta ramaria do local. E se algum galho balançava com mais força, o motivo era outro: ranhetices entre passarinhos ou saguis acostumados a criar caso por um lugar melhor para ver o artista trabalhar.

Satisfeito com a plateia formada para assisti-lo, em pouco tempo, Tuffi acomoda no chão as quatro garrafinhas para executar o número circense.  Primeiro, com pose de artista, ele faz um ‘S’ caprichado com a tromba, passeando o olhar pelos seus amigos entre estrondosos aplausos. Em seguida grita em tom de brincadeira:

- Hoje tem espetáculo? Tem sim, senhor!

Nesse momento, os bichos ficam caladinhos. Nenhum animal pia, grunhe ou crocita, porque qualquer barulho poderia atrapalhar a concentração do elefante acrobata. O clima era de grande expectativa.

E assim, contente com tudo, Tuffi dá início ao espetáculo. Logo suspende uma das patas dianteiras e a coloca sobre o bico da primeira garrafa, bem na sua frente. E, com a mesma habilidade e elegância, ele bota a outra pata sobre a segunda garrafa e conclui a primeira parte da exibição.

Os bichos deliram. Cada um a seu jeito aclama o artista. Tuffi agradece, sacudindo a tromba várias vezes no ar. Após a ovação entusiasmada da plateia, anuncia:

- Atenção! Atenção! Ilustres espectadores, agora..., agora o momento mais difícil do meu número.

A expectativa cresce entre os bichinhos, que espichavam mais ainda o pescoço para melhor apreciar a cena final. Então, com aquela destreza de quem já trabalhou alguns anos em circo, Tuffi pousa uma das patas traseiras sobre o gargalho da terceira garrafa e, com destreza completa o número. Um sucesso!

Uma vez terminado o espetáculo, todo eufórico, o elefante grita muito alto:

- Viva o circo! Viva a alegria! Viva a vida!

Clin-Clin, de bico caído, aproxima-se do companheiro:

- Fantááááááástico! Nunca vi show mais bonito!

- Pois eu disse que ia gostar.

- Adorei – confessa o beija-flor emocionado.

- Para um velho elefante como eu foi preciso bastante força de vontade e determinação para vencer os desafios. Mas, consegui. Superei um a um os obstáculos numa boa.

- Parabéns, amigo. Parabéns.

- Obrigado. Devo dizer que os elefantes, como os colibris, são muito espertos, não acha?

- Sim. Aposto que, com esse talento, vão contratar você outra vez para se apresentar num picadeiro de circo.

Tuffi que nem sonhava mais com a fama, agradece todo vaidoso:

- Quem sabe? Agora, podemos voltar à lagoa e comemorar. Que tal, Clin-Clin?

- Oba!

Falando para todos, o elefante convida:

- Quem estiver animado e coragem que siga nossos passos até a Lagoa dos Bichos.

Com a mesma agilidade, o rugoso animal desce das garrafinhas de madeira e o beija-flor, novamente, voa para uma das suas orelhas. Embalados pelo “cricricri” metálico de uma revoada de grilos, os dois voltam a se banhar na lagoa, puxando uma procissão de bichos fãs do paquiderme artista.

Na transparência das águas, onde os raios de sol deitavam faíscas de prata, Tuffi e Clin-Clin riam mais do que nunca. E assim passam o resto do dia divertindo com os animais de outras espécies numa festa cheia de alegria e muitas brincadeiras, mantendo viva a vida na floresta.

A natureza é para todos.

 

FBN© 2008 * TUFFI, O ELEFANTE QUE VEIO DO CIRCO/Categoria: Conto Infantil – Autor: Welington Almeida Pinto. Nova redação, de acordo com os atuais PCNs, recontextualizando o texto original do livro publicado com o nome Tuffi, o Elefante Equilibrista, em 1993 - Edições Brasileiras – Link - http://outrashistoriasdebichos.blogspot.com.br/2008/08/tufi-o-elefante-comentrios.html





 

CONQUISTANDO A LINGUAGEM
               Compreensão do texto


Atividades/Responda em folha anexa:


1) Existem ou já existiram elefantes nas selvas americanas?
2) Você já viu um elefante ao vivo? Em um circo ou em um Zoológico?
3) E beija-flor, qual o país onde há maior número de espécies?
4) Como você acha que Tuffi foi parar nas selvas brasileiras?
5) Conhece outro elefante famoso? Fale sobre ele.
6) Por que Clin-Clin ficou com medo de um elefante subir em garrafas?
7) Se as garrafas estivessem deitadas suportariam o peso do elefante?

PARA A PROFESSORA:
REFLEXÃO:

 “Os gostos são transitórios, mas as honras são imortais. A magia de um bom espetáculo circense enche nossos olhos de alegria e acaricia nossa alma” - Pítaco


MOTIVAÇÃO:

Converse sobre o Mundo do Circo. Visite um circo no horário de ensaio, lembrando-se que atividades circenses desenvolvem autonomia, criatividade, dominio corporal e inetegração das crianças.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               


VOCABULÁRIO:

Selecione verbetes desconhecidos e oriente os alunos a consultar o Dicionário


EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

* Fale com os alunos sobre as florestas brasileiras. Por serem tropicais, não abrigam animais de grande porte, como elefante, rinoceronte e outros animais que vivem na África e na Ásia.
* Pesquise e fale sobre os fósseis de mamute encontrados em sítios arqueológicos no Brasil, principalmente na Bacia do Rio São Francisco.

** PCNs – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

* História de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação, certificada pela Diretoria de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, conforme ofício nº 39/02, de 22 de janeiro de 2002, assim classificado:
 
TEMAS TRANSVERSAIS:

* Ética: sonhos, desejos e fantasia – relacionamento de animais de outra espécie.

* Gênero: aventura.

* Geografia e Ciências: espécies animais e vegetais do Brasil.
* Português: diversidades das línguas e dos costumes. * Pluralidade cultural: o circo através dos tempos.

Comentários:

Caro Welington,

seu texto é doce, tranquilo, não apresenta embaraços de leitura e compreensão. Deixa-se conduzir, eu diria. Não apresenta os grandes impactos dos textos modernos em que, a cada reviravolta surge o inusitado. Mas não é um texto totalmente previsível, uma vez que minha expectativa era de que o Tuffi acabasse falhando, uma vez que se mostrava muito senhor de si, desde o princípio. Portanto, você consegue criar um clima de ambiguidade muito saudável e encerrar o texto na maior naturalidade. O melhor do meu carinho
Prof. Marlene Barbosa/Assis
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Welington,
Li o novo TUFFI, O ELEFANTE EQUILIBRISTA
e amei. Está um mimo. Tem momentos de pura poesia.
Agora quero vê-lo ilustrado, bem colorido, uma
gostosura de livrinho. Imaginei a
historinha muito colorida, cheia de bichinhos e com
umas paisagens de arrasar. Um abraço papai Tuffi, seu bebê é lindo.
Prof. Luciete Barros/UFB/Caetité


Welington, gostei muito! Muito bem escrito!
Linguagem respeitosa com as crianças. Sem aquelas "facilitações" que os autores infantis sempre acabam por cometer. Parabéns, o seu texto “Tuffi”é muito bom! - Prof. Socorro Acioli/Fortaleza


Welington,
... Uma graça o seu conto. Amei o nome "Tuffi"! A historinha é de uma delicadeza magistral. Parabéns!

Escritora Geórgia Borin



Welington,

... Gostei de sua história: Tuffi. Acredito que, com minha experiência nessa área, trata-se de uma história para alunos da 1a. e 2a. séries do ciclo I. Ótimo! Muito bom! Boa sorte! - Prof. Dorisday Lemos/São Paulo.


Welington,

... Li com interesse e prazer a sua história do Elefante!! Achei ótima, estilo e tudo. Parabéns pelo seu trabalho! - Prof. Aline Maria Agnelli/Porto Alegre

Wellington,
... Posto-me impressionado com seu texto na história de Tuf, bem como com a sua linha de raciocínio. Concordo com o abrasileiramento, bem como com a valorização do que é nosso. Sabemos nós que a base da sociedade é a educação, seja ela a de casa ou da escola, da rua, ou de onde quer que se busque, serão elas que determinarão o caráter e os valores do futuro cidadão. Eu como um bibliotecário em vias de formação, e também pelo fato de já ter trabalhado numa grande livraria aqui de SP, visualizo perfeitamente o que pensa. Prossiga nessa! Precisamos de literatura infanto-juvenil de qualidade, principalmente as voltadas aos nossos valores! Abraço, Prof. Jonatas Rodrigues/SP

Welington,
... Ao ler seu texto fiquei primeiramente surpreso com suas ideias e logo depois com a bela simplicidade mágica como o texto do Elefante é tratado. Aprovo e encorajo toda e qualquer ação que vise melhorar o nosso ensino ou enriquecer as mentes de nossas crianças frente a língua tão maravilhosa que é a nossa língua portuguesa. Parabenizo pela iniciativa e dou total apoio para que prossiga com seu divino trabalho, que mesmo frente as dificuldades que nosso país se encontra, seu valor pode ser percebido nos olhos e atos da juventude. Prof. Alkaiser Assis Brandão/Curitiba